A vista do helicóptero que
sobrevoava a região, era de uma cidade cheia de luzes, via-se nascer dos
prédios mortos várias janelas cheias de vida, pergaminhos num museu
transpareciam-se pelo reflexo de um espelho quebrado no prédio mais a frente.
Uma cidade toda iluminada era muitas vezes ignorada, luz significava ao homem
segurança, ausência de heróis. Porque não se nascem heróis em cidades como
essa? Seriam as luzes suficientes a salvar toda uma cidade? Não mais, o
helicóptero pousou no prédio Bay View, era uma franquia internacional, as
hélices desligavam-se aos poucos, descia dali um homem alto, atlético e com
cabelos grisalhos, aprumou suas roupas e desceu ao quarto 701.
-Boa noite Dr.
Murmurou o velho empregado, arrumava na mesa duas xicaras de café, outro homem estava de costas, virando imediatamente ao ouvir que seu convidado havia chegado.
Murmurou o velho empregado, arrumava na mesa duas xicaras de café, outro homem estava de costas, virando imediatamente ao ouvir que seu convidado havia chegado.
-Espero que seu voo tenha
sido no mínimo... Agradável.
O ar cínico alfinetava os
ouvidos do bom e velho Dr. James. Estava extremamente excitado por ter chegado
tão rápido à uma cidade digamos, excêntrica. Ouviu as acidas palavras de seu
contratante, mas preferiu ignorar. Sentou-se à mesa, elogiando o café ali
servido, o mordomo agradeceu e com um leve cumprimento se retirou.
-Agora que estamos sozinhos,
gostaria de ir direto ao ponto...
-Não seja mal educado, sei
que está me pagando, mas dê-me o prazer de ao menos uma xicara de café ao seu
lado...
O olhar insistente de James
ia direto ao encontro do olhar do Dr. Canvas, um rico e áspero homem da
indústria de petróleo P.J. famosa mundialmente por seus preços atrativos. O
clima tenso entre os dois era notável. Sem muitas delongas Dr. Canvas sentou-se
e voltou a tagarelar.
-Como sabe, essa cidade está
na pior das condições, temo que seus serviços são minha ultima esperança, têm
lido os jornais?
Dr. Canvas tinha uma mania interessante de mexer sempre os dedos, do maior ao menos, fazia isso principalmente quando estava nervoso.
-Claro, sempre faço isso, presumo, porém que você não está tão abalado assim...
-Como pode dizer isso? Minha única filha sequestrada!
-Claro, sempre faço isso, presumo, porém que você não está tão abalado assim...
-Como pode dizer isso? Minha única filha sequestrada!
-Acalme-se, não vim para
ferir seu orgulho, veja, todas as informações que me mandou, não fazem sentido... Quero que seja claro comigo, sobre o que estamos tratando?
-Como assim? Um sequestro!
-Não, sei que não é um
simples sequestro, a policia resolveria isso, você pagaria o resgate e todos
estariam felizes.
-O problema meu caro James,
é que não houve pedido de resgate...
-Sei que me esconde algo,
vendo seu comportamento acho que até sei o que é!
-Posso ou não contar com usa
ajuda?
-Temo não poder aproveitar tanto da sua hospitalidade, já sei tudo sobre sua filha...
-E onde ela está?
-Morta!
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